domingo, junho 15, 2008

Vale tudo para entrar em Medicina

A entrada no curso de Medicina é fácil para alguns jovens praticantes de algumas modalidades pouco rigorosas como orientação, mini golf, voleibol, etc. Apesar de o Sr. Ministro da Cultura Sr. Prof. Mariano Gago considerar a situação injusta e em Junho de 2006 no Parlamento ter dado um prazo de 6 meses para sair nova legislação, tal prazo expirou há ano e meio sem nada de novo pois há interesses instalados que o não permitem. O acesso ao curso de Medicina em Portugal pode ser feito com o certificado do 12º ano tendo reprovado no exame final às disciplinas específicas? Não é exigida a vulgar ficha E.N.E.S. na candidatura especial.
É apenas exigido o diploma de 12º ano, sem referencia à nota de exame das provas especificas, sendo a nota da disciplina o resultado do valor obtido com 70 % da frequência da disciplina e 30 % da nota de exame. Como exemplo, um aluno que num Colégio sai com nota a Biologia de 16 valores e tem a esta disciplina no exame de 12º ano 5 valores aparece no certificado de 12º ano a classificação de 13 valores a Biologia. Ou seja, um aluno que em situação de candidatura normal não entra em nenhum curso superior, público ou privado, por ter reprovado no exame de 12º ano com esta candidatura especial entra em medicina!! A selecção por parte das escolas de medicina, não tem regras e não é tornado público qualquer listagem de entradas? Com esta situação é de esperar todos os truques para obter o tal estatuto especial e é uma dessas situações que passo a relatar.
Assim é possível com uma situação de favor e compadrio enquadrar 2 ou 3 atletas "amigos" fazendo parte de uma Selecção jovem e ter o documento do percurso de alta competição com a validade de 2 anos, parar ou desistir em termos competitivos a seguir e fazer calmamente a candidatura especial. A sua convocatória prejudica o grupo, os possíveis candidatos ao lugar e os resultados desportivos. No Voleibol a equipa perdeu todos os jogos do grupo de apuramento para os dois últimos Campeonatos da Europa em que estava inserida, caso raro na modalidade nos últimos anos. Os treinadores para se manterem têm que assumir estas decisões para não perderem o lugar já que os resultados desportivos ficam para segundo plano. Um dos exemplos conhecidos deste processo é o de Nelson Puga médico do F.C.P., com enormes influências no voleibol, já vai conseguir por este meio a entrada para o 2º filho em medicina...é obra.

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